terça-feira, agosto 11, 2009

[Livro] Execução

Existem livros e temas que precisam ser lidos no momento certo, ou da vida, ou da carreira profissional. Um desses livros é Execução (Ram Charan, Larry Bossidy; Campus; 264 páginas; R$ 40,90). A obra aborda principalmente os meios de conseguirmos executar, em termos profissionais, aquilo que prometemos. Afirma, criteriosamente, que de nada adianta belos planejamentos se no final a empresa não conseguir colocá-los em prática.

Comprei este livro há alguns anos e o li na época. Não me acrescentou muito, e nem poderia. Naquele momento eu sequer tinha uma posição de liderança. Até entendi os conceitos mas não consegui fazer um paralelo com o trabalho que eu e a empresa onde atuava realizávamos. Um pouco mais maduro e com um cargo mais gerencial, resolvi relê-lo. Foi uma decisão acertada: desta vez consegui absorver mais os ensinamentos propostos e retirei lições que podem ser usadas no meu trabalho.

Cito abaixo alguns trechos interessantes à todos aqueles que gerenciam uma equipe:

"Conclua o que foi planejado: (...) A quantas reuniões você já compareceu nas quais as pessoas vão embora sem conclusões firmes sobre quem ia fazer o que e quando ? Todos podem ter concordado que a ideia era boa, mas, como ninguém foi responsabilizado pelos resultados, nada aconteceu. (...)" Página 76

"(...) Muito frequentemente, esses líderes não prestam muita atenção às pessoa [que contratam], pois estão muito ocupados pensando em como tornar suas empresas maiores ou mais globais do que as dos concorrentes. Eles não estão considerando que a qualidade de seu pessoal é o fator de maior vantagem competitiva. (...) ao longo do tempo a seleção de pessoas certas é o que cria essa difícil vantagem competitiva sustentável. (...)" Página 111

"Sobre gerentes que não sabem delegar: (...) Alguns reprimem seus subordinados, tirando sua iniciativa e criatividade. Eles são gerentes de detalhes, líderes inseguros que não conseguem acreditar que os outros farão a coisa certa porque não sabem como avaliá-los e monitorar seu desempenho. Eles acabam tomando todas as decisões-chave sobre os detalhes, por isso não têm tempo para lidar com as questões mais importantes que deveriam estar enfocando ou reagindo às surpresas que inevitavelmente aparecem (...)" Página 124

"Líderes que trabalham muito além do horário são pessoas que não conseguem fazer com que as coisas aconteçam por meio de outras pessoas." Página 261

"Quando for avaliar uma pessoa, não confie apenas na opinião e nas observações do seu chefe. (...) Reúna cinco pessoas que conheçam o avaliado numa sala. Faça-as abrir, compartilhar ideias, discutir suas observações e chegar a uma conclusão. O diagnóstico virá da convergência de seus pontos de vista diversos. Esse é o cerne de seu processo de pessoal (...)" Página 157
De qualquer forma, o público alvo de Execução é formado pelos escalões mais altos: diretores e presidentes. Os autores usam e abusam de exemplos práticos de empresas de grande porte, cuja realidade é muito distante daquelas observadas na empresa em que eu trabalho, por exemplo. Obviamente, tudo o que se lê acaba contribuindo para melhorar a visão e argumentação, mas alguns trechos acabam ficando muito no teórico, em função da falta de experiência prática nos assuntos tratados.

Aconselho àqueles que querem ler o livro mas que temem falta de experiência prática em grandes corporações a dar maior destaque à Parte II (o livro tem 3), que discute "Os Elementos da Execução". Este trecho é, digamos, mais light, e trata bastante sobre liderança, mudança de cultura na empresa e delegação.

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