segunda-feira, dezembro 29, 2008

Promessas para 2009

É ... chegamos ao fim de mais um ano. Época em que aquelas mesmas mensagens de fim de ano pipocam por todos os lados, cheias de filosofias inspiradoras. Mas, de uma forma ou de outra, este período acaba sendo propício para realizarmos um balanço do que passou e fazermos algumas promessas (a nós mesmos e aos outros).

Em nosso trabalho, durante o ano todo, constantemente temos que ajudar outras pessoas. Da mesma forma, diversas vezes somos ajudados. É essa integração de capacidades, inteligências e habilidades que fazem uma empresa andar. Diante disso, gostaria de convidá-los a fazer 3 promessas para 2009:

1) Prometo que não vou me irritar quando alguém me fizer uma pergunta estúpida, totalmente sem pé nem cabeça, mostrando que sabe muito menos do que deveria saber: ficar irritado com esse tipo de situação não nos faz bem. E pior, o tempo gasto para ficar irritado é muito maior do que aquele necessário para dar uma resposta rápida e objetiva à pessoa, deixando-a totalmente satisfeita. Exemplo: "Estou tentando mandar um e-mail e está dando erro. O endereço de e-mail do cliente é www.cliente.com.br". Explique: "Este endereço que você passou é do site do cliente e não do e-mail dele. Entre em contato novamente e pegue o endereço correto". Pronto: simples e eficiente.

2) Prometo que não vou ser mal-educado com ninguém, mesmo que esse alguém mereça: falta de educação não cabe em nenhum lugar e não resolve nenhum problema, ao contrário, acaba criando outros. Atualmente usamos e abusamos de mensagens escritas, em detrimento às conversas de voz. Mensagens escritas podem ser mal interpretadas por aqueles que as recebem, visto que não há como expressar sentimentos. Desta forma, antes de mandar uma mensagem mal-educada para outra pessoa, leia e releia várias vezes, até que você se acalme. Isso, obviamente, vale também para conversas de voz. Se está nervoso ou irritado com algo, primeiro se acalme, depois converse ou escreva. Com isso, você irá ganhar aliados e amigos que poderão (e com certeza serão) muito importantes para sua vida profissional.

3) Prometo contribuir para a evolução daqueles que trabalham comigo, mesmo que não seja esse o meu papel: quando alguém lhe perguntar algo, ao invés de simplesmente ir lá e fazer a tarefa no lugar da pessoa, "gaste" um tempo explicando à esta pessoa como fazer, pra que fazer e por que fazer. Com isso, você estará agregando novos conhecimentos ao seu colega de trabalho e provavelmente ele não irá encher seu saco perguntando a mesma coisa novamente. Se você não explicar nada, agir como um arrogante, fatalmente terá que fazer o trabalho novamente dentro de alguns dias. Perderá seu tempo e seu bom-humor. Nos dias de hoje não cabe mais aquele pensamento de que a importância de uma pessoa é medida pela quantidade de tarefas que só ela sabe fazer. Isso só irá servir para que ela nunca possa tirar férias, ficar doente e emendar feriados. É fundamental multiplicar o conhecimento. Tenha certeza que todos perceberão o quanto você é bom se fizer isso sempre.

Desejo à todos um 2009 cheio de saúde, paz e sucesso !!!

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Departamento de TI, o "Estraga Prazeres"

A cena é típica: um funcionário quer acessar seu e-mail particular e dá de cara no bloqueio implantado pelo departamento de TI. O funcionário então liga no TI e pede pra liberarem o acesso ao tal site, pedido este que é negado de imediato, afinal de contas é contra as regras de segurança da empresa os funcionários acessarem sites não permitidos e não ligados à função que desempenha. Ele então bate o telefone e esbraveja bem alto para todos ouvirem: "O que custa o TI liberar o acesso só para eu ver um e-mail? Eles se acham donos da empresa ...".

Este funcionário não consegue entender 2 coisas:

1) A equipe de TI está apenas fazendo o trabalho que lhe é solicitado pela direção da empresa;

2) Não há nenhum problema em liberar o acesso à sua conta de e-mail particular. O problema é que não existe só ele na empresa que quer fazer isso e, pior, muitos querem mesmo é acessar sites com outro tipo de conteúdo.

Que o departamento de TI tem fama ruim é inegável. Em alguns casos a fama é merecida, mas na maioria das vezes trata-se de falta de informação de quem critica.

A questão de permitir ou não a navegação livre na internet é um dilema mais do que atual nas empresas. É óbvio que a decisão de liberar ou não o "passe livre" depende muito da cultura da empresa, do ramo na qual atua e, principalmente, da educação de seus funcionários. Quando digo educação, não quero dizer se tem faculdade, pós-graduação, etc. Digo educação no sentido mais amplo da palavra.

Eu costumo sempre lembrar o seguinte: se um recurso disponibilizado pela empresa é bem utilizado, sem exageros, dificilmente será retirado posteriormente. Acontece que se a navegação livre na internet for permitida, sempre haverá aquele engraçadinho irá passar o dia todo em atividades que de profissionais não têm nada. E, fatalmente, esse tempo perdido irá comprometer a qualidade e eficácia do trabalho a ser realizado.

A injustiça é que muitas vezes bons funcionários que usam a internet com bastante discrição e responsabilidade acabam pagando pelos engraçadinhos. O que todos têm que entender é que, na maioria das vezes, não há tempo hábil da equipe de TI para ficar acompanhando e auditando individualmente cada pessoa. Exatamente por isso que várias empresas optam por fazer alguns bloqueios.

Ser responsável com as ferramentas que a empresa disponibiliza é tarefa indispensável ao bom profissional. É nos momentos em que as pessoas acham que não estão sendo observadas que elas realmente se revelam. É questão de educação. Infelizmente está cada vez mais difícil encontrar pessoas educadas.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Caderno de Rabiscos para Adultos Entediados no Trabalho

Algum tempo atrás eu prometi a mim mesmo que não iria mais comprar livros que não estivessem nas listas de mais vendidos ou então que fossem sugestão de pessoas em quem eu confio. Tomei esta decisão depois de comprar alguns livros cuja sinopse e título prometiam uma boa leitura. Depois de algumas páginas eu percebia que seria mais um caso daquele em que eu terminaria a leitura apenas para não ficar com peso na consciência de ter gasto dinheiro à toa.

Mas como ninguém é perfeito, dias atrás li uma entrevista de Claire Faÿ em uma revista que assino. Ela falava sobre o seu livro "Caderno de Rabiscos para Adultos Entediados no Trabalho" (Editora Intrínseca). Achei divertido e interessante e fui procurar o tal livro. Reproduzo parte de sua sinopse abaixo:

Este é um passatempo altamente recomendável para todos os que se sentem estressados no ambiente profissional. Longe das intrigas de escritório, das fofocas de corredor e das reclamações rotineiras, Caderno de rabiscos - para adultos entediados no trabalho funciona como uma válvula de escape ideal para a pressão de funcionários indignados e/ou insatisfeitos.

A autora garante risadas ao propor brincadeiras e "atividades" com seu olhar crítico e bem-humorado sobre o ambiente corporativo. Sem efeitos colaterais ou contra-indicações do departamento de RH, esse livrinho provocante é um sucesso em vários países europeus - permaneceu um ano nas listas de best-sellers franceses, garantiu sua posição entre os dez livros mais vendidos naquele país em 2007, e foi traduzido em dez línguas. Aumentará a popularidade de qualquer um na empresa. ...


Achei legal, divertido, assunto bom para o fim de ano e tal. O livro é baratinho, pensei que valeria a pena. Me enganei redondamente. O livro é simplesmente ridículo. Traz em suas poucas páginas desenhos pra completar e colorir, folhas em branco pra desenhar, figuras pra recortar, etc. Meu filho de 2 anos adorou! Não sei como alguém tem coragem de fazer um livro (se é que posso chamar "isso" de livro) desse. E pior, ainda acha editora disposta a publicá-lo. E em 10 línguas !!!

Resumindo: não comprem. É barato, mas não vale a pena. Serviu de aprendizado pra mim: prometo novamente não comprar livros sem boas indicações. Ah, e outra coisa, não confio mais nos franceses.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Revista Você S/A

A revista Você S/A, da Editora Abril, atua em um nicho pouco explorado no Brasil, que é o de aconselhamento de carreira e investimentos. Existem inúmeros livros sobre o assunto, mas revistas são muito poucas. Sou assinante já há alguns anos e tenho uma relação de "amor é ódio" com a revista.

Sinto "amor" porque é uma revista bem feita, bem editada, com informações atualizadas e importantes. Sou da opinião que todo o conhecimento de qualidade agrega valor às nossas vidas. É importante saber sobre novas tendências, cursos, teorias, principalmente quando se ocupa um cargo de liderança. Sua leitura também faz com que o profissional não se acomode, esteja continuamente em busca de aperfeiçoamento. Mas é aí que vem o "ódio" ...

Muitas vezes, ao ler alguns artigos ou notícias a primeira reação que vem à mente é: "Nossa, eu realmente estou ganhando mal, sabendo pouco e preciso melhorar demais pra ser alguém respeitado profissionalmente !!!". E não sou eu o único a pensar desta forma. Já conversei com alguns amigos sobre este assunto e eles se sentem da mesma forma.

A questão é que a linha editorial da revista é exageradamente focada em profissionais no topo do mundo empresarial. São constantes as reportagens falando sobre cursos e mais cursos no exterior, anos sabáticos, experiência profissional nos 5 continentes, salários astronômicos, ascensão meteórica ...

Você nunca morou no exterior? Ah, não acredito !!! Não teve seu salário multiplicado por 7 nos últimos 5 anos? Está mal, hein ?! Não sabe falar fluentemente inglês, espanhol e mandarim ? Você estará fora do mercado nos próximos anos ... Esta é a idéia que fica ao ler os artigos e reportagens.

O que eu acredito é que a revista deveria descer um pouco do pedestal. É lógico que existem profissinais com as características acima citadas. Melhor ainda seria se todos tivessem a oportunidade de ter estes conhecimentos. Mas a vida real não é assim!!! Eles se esquecem da multidão de profissionais que fazem as empresas funcionarem dia após dia e que não são esses "super-heróis" que ilustram as reportagens. Cada um tem o seu papel! Ninguém estará fora do mercado por não saber falar mandarim, muitos não estarão mesmo sem falar inglês.

O que me motivou a escrever sobre este assunto é que na sua última edição, em um artigo entitulado "Sem filme queimado", a autora afirma que o Português está em desuso para alguns executivos. Como assim??? Executivos brasileiros, que moram no Brasil, que gerenciam empresas brasileiras (ou filiais brasileiras) não estão falando mais o Português? Ah, me poupem ... Por ironia do destino, no mesmo artigo há um erro de Português bem característico: usaram a palavra "descrição" ao invés de "discrição". Para ajudar aqueles que já tem estão com o Português em desuso, seguem abaixo os significados das duas palavras:

dis.cri.ção
s. f. 1 Qualidade de discreto. 2 Circunspeção, prudência.

des.cri.ção
s. f. Ato ou efeito de descrever.

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