segunda-feira, agosto 31, 2009

Estante Virtual


Uma das justificativas usadas por várias pessoas para não ler muito é a de que livro custa muito caro. Apesar de não concordar e também de achar que isso não é motivo, acabei de encontrar a solução. Trata-se do site Estante Virtual, uma ideia extremamente criativa que consiste na intermediação de venda de livros usados entre usuário e sebos de todo o Brasil.

Basta entrar no site, procurar o livro que deseja e ver os inúmeros sebos que têm o produto em estoque. Em seguida, pode-se analisar diversos detalhes como preço, localização do sebo, opiniões de outros clientes, estado de conservação do livro, fotos, etc. Para fazer a compra, é necessário um cadastro bem rápido no site. Depois disso basta finalizar a compra, que pode ser paga (na maioria dos sebos) através de cartão de crédito, boleto, débito em conta, etc. Há também um recurso importantíssimo referente à compra segura. O dinheiro fica bloqueado até que o produto chegue até você. Se não gostar ou for enganado pode evitar o pagamento.

Há alguns dias, realizei minha primeira experiência de compra na Estante Virtual. Comprei o livro Espiões, de Michal Frayn, do sebo A Ventania, de São Paulo. O livro novo pode ser encontrado por R$ 44,00. Eu comprei por R$ 18,00 e, para minha agradável surpresa, recebi o livro em perfeitas condições de conservação, praticamente novo. Obviamente que nem sempre deve ser assim, mas analisando a reputação do sebo junto aos outros usuários, diminui-se em muito a chance de dar algo errado.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Proibição de publicidade de remédios e da venda de outros produtos em farmácias

As mais recentes decisões tomadas pela Anvisa reavivam um assunto muito importante: até que ponto a interferência do governo em questões que não lhes dizem respeito
diretamente ajuda ou atrapalha? Estou falando da proibição de vinculação de peças publicitárias referentes à remédios e da proibição das farmácias venderes produtos que não sejam medicamentos. A verdade é que os governos, principalmente aqui no Brasil, tendem a terceirizar responsabilidades e tomar atitudes totalmente esdrúxulas para resolver os problemas cuja solução são cobrados pela opinião pública.

Segundo a visão totalmente míope do governo federal, as proibições de propagandas e de venda de outros produtos visam inibir a automedicação. É importante destacar que a automedicação é realmente um problema muito sério e que deve ser combatido. Mas peraí? Já não era proibido vender remédio sem receita? Se já existia uma lei nesse sentido, bastaria fiscalizar e pronto. Não haveria influência negativa nenhuma de termos comerciais sobre medicamentos e muito menos a oferta de outros produtos nas farmácias. A questão é que, a exemplo de outras situações semelhantes, é muito mais fácil para nossas "queridas" autoridades repassar todo o ônus e toda a responsabilidade para as costas dos empresários e ainda ficar com pose de "zeladores do bem comum". Trabalhar que é bom mesmo, buscando melhorias na fiscalização da venda indevida de medicamentos, está fora de cogitação. Trabalhar cansa ... Daqui há algum tempo vão proibir as pessoas de circularem à pé nas cidades para resolver o problema dos atropelamentos.

As perdas que tais atitudes irão causar às agências de publicidades, às farmácias, ao emprego e aos próprios consumidores não são levadas em conta. Eu, como cidadão,
quero sim saber do lançamento de um novo remédio para gripe. Se me interessar, converso com meu médico, que irá analisar a viabilidade de me recomendá-lo. Eu também quero ter a oportunidade de comprar uma lata de refrigerante na farmácia da esquina ao invés de ter que pegar o carro e ir ao mercado. Além disso, quem vai se
responsabilizar pelos investimentos feitos pelas farmácias e grandes redes de drogarias para se adequarem? O que farão com os estoques de produtos agora proibidos?

A questão do bafômetro pode ser vista pela mesma perspectiva. Já existia lei que penalizava motoristas embriagados. Bastava fazê-la cumprir, com fiscalização
séria e punições severas. Mas não, em busca dos holofotes, nossos políticos tiveram a brilhante ideia de criar outra lei. Fizeram isso porque têm motorista particular e imunidade de tudo quanto é tipo. Quem sofre é o cidadão comum, que não pode nem ir jantar com a esposa e tomar um cálice de vinho.

Existem algumas propostas positivas nesse sentido. Está para ser votado (ou já foi, não sei exatamente) um projeto de lei que exime o cidadão de ter que usar cópias autenticadas em repartições públicas, desde que apresente o original ao funcionário que estiver lhe atendendo. Além disso, órgãos do governo não poderão mais solicitar às pessoas certidões que devem ser obtidas em outros órgãos do próprio governo. Nesse caso, a própria instituição que está prestando o serviço é que deve, via integração com outras áreas, obter as informações necessárias.

Apesar de iniciativas interessantes, os resultados são ínfimos. Mal sabia eu que era feliz quando criança pois não conseguia enxergar coisas que hoje enxergo.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Como controlar sua carreira

A mais recente edição da Revista Exame (edição 949, do dia 15/08/2009) trouxe mais uma vez a coluna "Agenda do Líder", assinada por Jack e Suzy Welch.

Com o título "Como controlar sua carreira", os dois autores opinam sobre as perguntas que qualquer profissional deve fazer antes de tomar decisões sobre o futuro:

1) Meu trabalho me permite trabalhar com pessoas que compartilham o que eu sinto em relação à vida ou eu preciso me fechar em mim mesmo e talvez pôr uma máscara até o fim do expediente?

2) Meu trabalho me torna mais inteligente, ele amplia minha capacidade mental e me prepara para sair da minha zona de conforto?

3) Meu trabalho abre portar para mim?

4) Meu trabalho dá algum sentido à minha vida?

Através das respostas podemos avaliar se precisamos mudar o rumo de nossa carreira ou de nossa vida ou se tudo vai bem. Vale a pena ler o artigo inteiro, através da revista impressa ou, se você é assinante da Editora Abril, pode acessar pelo endereço.

[Livro] Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século

Há algum tempo passei a me interessar por contos. Para quem não conhece a definição, de forma bem resumida conto é uma história mais curta que um romance, geralmente de poucas páginas. Naturalmente, um dos livros que me despertou interesse foi Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século (Ítalo Moriconi (Organizador); Objetiva; 618 páginas; R$ 69,90). No livro, o organizador Ítalo Moriconi selecionou os 100 melhores contos (na opinião dele, é claro) do século passado, que vêm ordenados pelas décadas em que foram escritos.

São mais de 600 páginas de contos dos mais variados assuntos e dos mais variados estilos. Na minha opinião, o ideal seria manter o livro na cabeceira, lendo um conto por dia. Mas eu, particularmente, não consigo iniciar um livro e terminá-lo de forma tão lenta. De uma forma ou de outra, a verdade é que encontramos contos muito bons e ... contos horríveis. Eu, como leitor amador, sinceramente não consegui entender a inclusão de textos tão ruins na selação dos cem melhores. Mas, de maneira geral, os contos são realmente de boa qualidade.

Por fim gostaria de fazer uma observação: creio que não seja todo leitor que goste ou vá gostar de ler contos. Alguns com certeza não gostarão, mesmo que eles sejam excelentes. O conto, por ser natureza intrínseca, geralmente exige uma leitura mais atenta aos nuances, às palavras, às frases, ao que está escrito nas entrelinhas, ao que o autor quis escrever mas não escreveu. Sendo assim, sugiro àqueles que nunca se dedicaram a leitura desse tipo de literatura que comecem com livros menores (e mais baratos), antes de investir tempo e dinheiro em um desse tamanho.

terça-feira, agosto 11, 2009

[Livro] Execução

Existem livros e temas que precisam ser lidos no momento certo, ou da vida, ou da carreira profissional. Um desses livros é Execução (Ram Charan, Larry Bossidy; Campus; 264 páginas; R$ 40,90). A obra aborda principalmente os meios de conseguirmos executar, em termos profissionais, aquilo que prometemos. Afirma, criteriosamente, que de nada adianta belos planejamentos se no final a empresa não conseguir colocá-los em prática.

Comprei este livro há alguns anos e o li na época. Não me acrescentou muito, e nem poderia. Naquele momento eu sequer tinha uma posição de liderança. Até entendi os conceitos mas não consegui fazer um paralelo com o trabalho que eu e a empresa onde atuava realizávamos. Um pouco mais maduro e com um cargo mais gerencial, resolvi relê-lo. Foi uma decisão acertada: desta vez consegui absorver mais os ensinamentos propostos e retirei lições que podem ser usadas no meu trabalho.

Cito abaixo alguns trechos interessantes à todos aqueles que gerenciam uma equipe:

"Conclua o que foi planejado: (...) A quantas reuniões você já compareceu nas quais as pessoas vão embora sem conclusões firmes sobre quem ia fazer o que e quando ? Todos podem ter concordado que a ideia era boa, mas, como ninguém foi responsabilizado pelos resultados, nada aconteceu. (...)" Página 76

"(...) Muito frequentemente, esses líderes não prestam muita atenção às pessoa [que contratam], pois estão muito ocupados pensando em como tornar suas empresas maiores ou mais globais do que as dos concorrentes. Eles não estão considerando que a qualidade de seu pessoal é o fator de maior vantagem competitiva. (...) ao longo do tempo a seleção de pessoas certas é o que cria essa difícil vantagem competitiva sustentável. (...)" Página 111

"Sobre gerentes que não sabem delegar: (...) Alguns reprimem seus subordinados, tirando sua iniciativa e criatividade. Eles são gerentes de detalhes, líderes inseguros que não conseguem acreditar que os outros farão a coisa certa porque não sabem como avaliá-los e monitorar seu desempenho. Eles acabam tomando todas as decisões-chave sobre os detalhes, por isso não têm tempo para lidar com as questões mais importantes que deveriam estar enfocando ou reagindo às surpresas que inevitavelmente aparecem (...)" Página 124

"Líderes que trabalham muito além do horário são pessoas que não conseguem fazer com que as coisas aconteçam por meio de outras pessoas." Página 261

"Quando for avaliar uma pessoa, não confie apenas na opinião e nas observações do seu chefe. (...) Reúna cinco pessoas que conheçam o avaliado numa sala. Faça-as abrir, compartilhar ideias, discutir suas observações e chegar a uma conclusão. O diagnóstico virá da convergência de seus pontos de vista diversos. Esse é o cerne de seu processo de pessoal (...)" Página 157
De qualquer forma, o público alvo de Execução é formado pelos escalões mais altos: diretores e presidentes. Os autores usam e abusam de exemplos práticos de empresas de grande porte, cuja realidade é muito distante daquelas observadas na empresa em que eu trabalho, por exemplo. Obviamente, tudo o que se lê acaba contribuindo para melhorar a visão e argumentação, mas alguns trechos acabam ficando muito no teórico, em função da falta de experiência prática nos assuntos tratados.

Aconselho àqueles que querem ler o livro mas que temem falta de experiência prática em grandes corporações a dar maior destaque à Parte II (o livro tem 3), que discute "Os Elementos da Execução". Este trecho é, digamos, mais light, e trata bastante sobre liderança, mudança de cultura na empresa e delegação.

Estou lendo ...