quarta-feira, abril 05, 2006

Cultura útil

Uma das grandes tendências atuais é a da especialização. Surgem cursos de graduação específicos dentro das mais diversas áreas. Isso sem contar as pós-graduações. Além de Administração de Empresas temos cursos de Gestão de Pessoas, Admistração Hospitalar, Gestão em RH ... Além de Ciência da Computação temos Análise de Sistemas, Engenharia da Computação, Sistemas Comerciais, Internet e Redes ... Se por um lado a especialização é importante para que o profissional já saia melhor preparado para o mercado, por outro acaba deixando de lado uma visão mais global de sua área de atuação.

Mas não é exatemente sobre isso que vamos falar. O nosso assunto é o que podemos chamar de "especialização cultural". Com o excesso da carga de trabalho, somando-se ao tempo gasto no trânsito e nas tarefas rotineiras, acaba sobrando pouco tempo para nos dedicarmos à nossa cultura pessoal. Estou falando de ler livros, ler revistas, assistir a bons filmes, assistir bons programas na TV. Infelizmente está havendo um empobrecimento cultural das pessoas. O foco é naquilo, e somente naquilo, que é o essencial para seu trabalho.

Não se deve exigir de uma pessoa, por exemplo, que saiba que Bauru é a cidade natal do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes. Por outro lado, é muito triste encontrar alguém que nem sabe que Marcos está sendo o primeiro astronauta brasileiro. Não se deve exigir que uma pessoa saiba detalhes minuciosos do mensalão, mas deve sem dúvida pelo menos saber do que se trata. Não gosta do tipo de literatura do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown ? Mas deveria pelo menos saber do que se trata, visto que é um dos livros mais vendidos do Brasil há meses. Não sabe que o primeiro jogo do Brasil na Copa 2006 é contra a Croácia ? Pelo menos saiba que a Copa é na Alemanha. Esses são alguns exemplos apenas. É importante que as pessoas busquem uma formação cultural geral, saibam o que está acontecendo no mundo, na política, no esporte, no cinema.

Alguns podem perguntar : "Mas o que vou ganhar com isso !". Existem várias respostas, mas uma das coisas que entendo ser mais importante é a influência positiva que a pessoa passará a ter com as pessoas que vivem junto de si. Uma pessoa bem informada sempre pode participar dos bate-papos que surgem tanto numa reunião de negócios quanto naquele happy-hour de sexta-feira. Informação hoje é poder. Um conhecimento de um assunto, que a princípio não teria nenhuma importância, pode fazer com que um cliente seu ou da sua empresa "vá com a sua cara". Não é a toa que vemos a todo instante a afirmação de que estamos na "era da informação".

sábado, abril 01, 2006

A hora do aumento

Não há dúvida que pedir aumento é uma das coisas mais ruins na vida profissional. Quase todo mundo já passou por isso. Não é uma tarefa fácil, mesmo que você saiba que seu trabalho está sendo bem feito, que a direção da empresa o admira e que um aumento deixaria seus rendimentos de acordo com o mercado. O receio de que o superior não conceda o aumento é grande. Há também o risco de "ouvir o que não devia" ou sentir que o seu moral com a direção não esteja tão alto quanto imaginava. Além disso, o pedido de aumento pode ser mal entendido e a partir desse momento ser visto com outros olhos.

Pior que pedir aumento para si próprio é fazer o mesmo para membros da sua equipe. Além do que já foi falado anteriormente é importante perceber que a empresa o vê sempre como um aliado. E quando você pede aumento para um membro da sua equipe muitas vezes pode ser entendido como "ele está jogando do outro lado". Obviamente que isso não acontece em todas as empresas, felizmente. Mas em muitas delas é difícil a direção entender que a função de um líder (gerente, coordenador, etc.) é justamente contrabalancear as necessidades da empresa com as necessidades de seus funcionários. A empresa perde muito tendo um bom funcionário desmotivado.

A retenção de talentos na equipe é uma das atividades mais importantes e difíceis de um líder. Mas isso não depende só dele, é claro. É necessário que a empresa valorize os talentos e dê retaguarda "política" e financeira. De nada adianta o trabalho incansável no dia-a-dia se a direção sempre recusar aumentos merecidos. Os membros da equipe podem até entender o esforço do líder mas com o tempo isso não será suficiente para evitar a saída da empresa. Nesse caso, além de perder um talento importante, a empresa também correrá o sério risco de que o próprio líder se desmotive. Caso isso aconteça, com o tempo ele mesmo se sentirá tentado a sair da empresa. E diante destas situações não há dúvidas de quem perde mais : a empresa !

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