sexta-feira, outubro 24, 2008

O que é capaz de resolver, mas não de impressionar

Vários anúncios de emprego me chamam a atenção pelo que pedem dos candidatos à vaga. Muitos querem alguém em início de carreira com experiência, fluência em idiomas, perfil de liderança, etc, etc, etc, etc. Isso beira ao ridículo, penso que algumas empresas deveriam descer do seu "altar" e serem mais condizentes com a realidade.

Tudo bem que há muita gente disponível no mercado, mas contratar alguém com capacitação acima do que o cargo exige irá, sem dúvida alguma, gerar insatisfação desta pessoa e como consequência queda de produtividade e a saída da empresa.

O texto abaixo, do consultor Max Gehringer ilustra bem esta idéia:

Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome que agora se dá à Seção de Serviços Gerais.

E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior, liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON.

Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais.Ou seja, um pitico.
Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego.

A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido. E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico....

Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno...

E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade.

Seu Borges: -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
Fabiana: -- In a hurry!
Seu Borges: -- Saúde.
Fabiana: -- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
Seu Borges: -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
Fabiana: -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges: -- Não, não.. Cópias normais mesmo.
Fabiana: -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
Seu Borges: -- Fabiana, desse jeito não vai dar!
Fabiana: -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges: -- Como assim?
Fabiana: -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.
Seu Borges: -- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
Fabiana: -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
Seu Borges: -- Futuro? Que futuro?
Fabiana: -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
Seu Borges: -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
Fabiana: -- Sei. Mas o senhor é hands on?
Seu Borges: -- Hã?
Fabiana: -- Hands on....Mão na massa.
Seu Borges: -- Claro que sou!
Fabiana: -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.

Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:

1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.
Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas! Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação... só que não sabia nem abrir o capô.

Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.

Max Gehringer

quarta-feira, outubro 22, 2008

Descuidos que podem atrapalhar uma carreira, por Max Gehringer


Dez sugestões para que todos façam uma auto-avaliação:

1) Evitar fazer inimizades e criar confrontos: a dificuldade para se relacionar com superiores e colegas é, de longe, o maior empecilho para uma carreira bem sucedida;

2) Perguntar muito e sempre: boa parte do que aprende em uma empresa não está nos manuais, está na experiência de quem já sabe como a empresa funciona;

3) Nunca fazer afirmações sem ter certeza, porque sempre haverá alguém por perto que entende do assunto;

4) Investir primeiro no óbvio, aprendendo a falar bem e escrever bem. Um bom técnico que não sabe se comunicar, dificilmente passa dos estágios iniciais da carreira;

5) Estar sempre atualizado com a tecnologia, porque ela avança muito rapidamente. No mínimo é preciso saber usar os aplicativos mais utilizados no mercado de trabalho;

6) Não mencionar à toa e à toda hora cursos, títulos e viagens: o conhecimento deve ser usado para contribuir e não para impressionar;

7) Fugir do preciosismo: levantar com frequência questões sobre o detalhe do detalhe é a maneira mais rápida de ganhar o indesejado rótulo de chato;

8) Ao fazer uma crítica ter a sensibilidade para se colocar no lugar a outra pessoa: sempre é possível encontrar uma maneira de dizer a verdade sem machucar ninguém;

9) Solicitar mais tarefas e mais responsabilidades: reclamar nunca foi um bom combustível para a carreira;

10) Não acreditar em conspirações: a carreira empaca quando um profissional não consegue fazer com que os outros o vejam como ele mesmo se vê. Por isso, mudar de empresa não vai adiantar, é preciso mudar de tática.

Fonte: http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/comentarios/max.asp

quinta-feira, outubro 16, 2008

MBA


Vemos atualmente a popularização dos cursos de MBA. Têm em todo lugar, com valor dividido em 30, 40 vezes. Totalmente acessível. Além disso, virou "moda" fazer MBA. O pensamento dominante é que o MBA é um curso de pós-graduação. Muitas vezes recém-formados, na ânsia de enriquecerem seus diplomas se matriculam nos MBAs. Estratégia errada !

MBA não é pós-graduação, pelo menos não em seu conceito original. É necessária certa bagagem profissional para que um curso desse seja proveitoso. Obviamente que, qualquer curso de qualidade traz conhecimentos, não é por si só ruim, independente do estágio em que se encontra o profissional. Depois de ler um livro sobre física quântica, com certeza saberei mais sobre o assunto que antes. Mas terei o conhecimento que poderia ter sobre assunto se eu tivesse uma base melhor no assunto?

Mas de quem é a culpa por temos tantos despreparados nos cursos de MBA. As escolas que nos inundam de propagandas? As publicações e livros que dizem repetidamente que quem não tem MBA está fora do mercado? O profissional que na ânsia de conseguir um bom emprego sai fazendo todo curso que aparece pela frente? De todos eles. Mas a parcela maior cabe àquelas empresas que se encantam em ver nos currículos os cursos de MBA sem sequer analisar se o candidato realmente tem bagagem e conhecimento condizente com os cursos que fez.

Ouçam a opinião do consultor Max Gehringer sobre o assunto clicando no botão de "Play" abaixo:

quarta-feira, outubro 15, 2008

Pedaços de mim

"Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo."

A mensagem acima, de Martha Medeiros, é extremamente inspiradora. Procure lê-la com calma, como se estivesse recitando uma poesia. Leia uma, duas, três vezes ... O significado da mensagem é de utilidade para todo mundo, em especial àqueles que vivem vendo o tempo passar sem vontade de mudar a sua própria história, sem buscar os seus próprios sonhos.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Um exemplo vale mais do que mil palavras

Pessoas educadas e solidárias, infelizmente, estão em extinção. Temo pelo futuro visto que as pessoas de hoje são responsáveis por educar os adultos de amanhã. Na vida pessoal e profissional nunca os exemplos foram tão importantes.

O vídeo abaixo, veiculado na Austrália visa enfatizar a importância dos exemplos na educação das crianças.



Fonte: http://www.oqueinspira.com.br/

Aviso prévio



No último dia 5 foi realizado o primeiro turno das eleições municipais. Conversando com algumas pessoas sobre este assunto, um amigo comentou que em uma cidade da região o atual prefeito declarou que, se não fosse reeleito, antes de sair iria jogar terra nos motores dos veículos da prefeitura com o simples objetivo de dificultar a vida do eleito quando assumir em janeiro.

Isso me fez pensar. Nos casos em que o atual prefeito não é reeleito, esse período compreendido entre a divulgação do resultado da eleição e a data em que o eleito assume o cargo funciona exatamente como o tão famoso aviso prévio nas empresas. Eu sempre achei que o aviso prévio é a coisa mais estapafúrdia inventada no relacionamento entre empresa e empregado. Tanto no caso em que o funcionário é demitido quanto no caso em que ele se demite, o aviso prévio não faz nenhum sentido. Tanto é que várias empresas acabam abrindo mão desse recurso quando demite alguém.

Manter um prefeito na prefeitura durante mais de 2 meses sabendo que em janeiro assumirá um adversário seu é um erro terrível. Obviamente que o eleito não poderia assumir do dia seguinte, é necessário um período de transição. De qualquer forma, esse período pode ser usado (e em muitos casos é) para todo tipo de corrupção e atividade ilícita.

O conceito é o mesmo em uma empresa. Que sentido faz um funcionário que foi demitido permanecer na empresa por mais 30 dias ? Que motivação ele terá ? Fará as coisas da maneira correta, com responsabilidade ? Dependendo do motivo da demissão é muito possível que esse período seja usado para algum tipo de vingança. De forma semelhante, também não faz sentido algum obrigar um funcionário a cumprir aviso prévio quando este pediu demissão. Se ele pediu pra sair é porque, por um ou vários motivos, não deseja mais trabalhar na empresa. Que qualidade poderemos exigir ou obter desta pessoa até que esse prazo seja finalizado ?

Por estas e outras que a legislação trabalhista brasileira necessita urgentemente de uma modernização. Mas em um país em que o governo federal colocou em cargos importantes vários ex-sindicalistas, definitivamente e infelizmente não é uma coisa a se esperar.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Excelente frase sobre treinamento de funcionários

"A única coisa pior do que treinar os funcionários e os perder é não treiná-los e os manter"

Zig Ziglar

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