segunda-feira, janeiro 31, 2011

[Livro] Contos Húngaros, de Kosztolányi, Csáth, Karinthy e Krúdy

O que levaria um leitor a dedicar parte de seu precioso tempo à contos húngaros? Por que não contos de países mais "tradicionais", contos alemães, franceses, britânicos, americanos ou mesmo lusitanos? E, obviamente, por que não contos brasileiros? Mas não, essa resenha refere-se mesmo aos contos húngaros.

Conheci o livro através de uma indicação bem positiva da seção "Veja Recomenda", da revista Veja. Como se somente isso não bastasse, reparei pela foto da capa que tratava-se de uma publicação da editora Hedra. Meu primeiro contato com a Hedra foi através da obra "Feitiço de Amor e Outros Contos" (http://www.skoob.com.br/livro/55035-feitico-de-amor-e-outros-contos). Em formato "pocket book", a editora tem feito um trabalho de qualidade superior, tanto no que se refere ao material e acabamento mas ainda mais quando falamos das informações contidas nas introduções, além das traduções irretocáveis.

Contos Húngaros traz uma introdução riquíssima de Nelson Ascher. Ele, com muita propriedade, inicia afirmando que o tamanho ou riqueza de uma nação não necessariamente tem relação com a qualidade de sua literatura. Apresenta ao leitor, de forma breve mas não superficial, um pouco da história e da cultura desse país situado na Europa Central. Na sequência discorre sobre os autores que fazem parte da coletânea: Kosztolányi, Csáth, Karinthy e Krúdy.

O estilo literário dos escritores varia, indo do humor ao realismo mágico. São textos bem escritos, que prendem o leitor. A qualidade é exacerbada pelo brilhante trabalho de tradução. A verdade é que os até então desconhecidos "contos húngaros" podem nos divertir e nos enriquecer culturalmente. E viva Budapeste!

sexta-feira, janeiro 21, 2011

[Livros] Os segredos da ficção, de Raimundo Carrero


Tomei conhecimento deste livro através de um blog literário que acesso periodicamente. Eu, além de ser um apaixonado pela leitura, sonho em algum dia publicar algo, além dos textos amadores que já postei em meu blog (http://pessoailtda.blogspot.com). Nas informações que obtive a respeito da obra, gostei do fato do autor não ter como objetivo ditar regras sobre como escrever bem. Isso é realmente impossível, considerando-se que a literatura é uma arte e como tal tem suas infinitas nuances, características e qualidades.

Seria possível alguém transformar-se em um escritor de qualidade lendo um livro como este? Acredito que não seria suficiente. Eu, particularmente, creio que um bom escritor já nasce com um dom. Obviamente que esse dom pode ou não ser estimulado e desenvolvido durante a infância, a adolescência e mesmo na idade adulta. Por outro lado, nenhum escritor é bom ou perfeito o bastante para não poder melhorar sua técnica.

A maior qualidade de "Os segredos da ficção" é não pretender ser um manual. Não há como definir padrões para um bom romance, um bom conto. O autor dá dicas, ensina técnicas e fornece um bom conhecimento teórico através de exemplos. E o resultado é realmente muito interessante.

Apesar de usar uma linguagem bastante acessível, em alguns pontos o que podemos chamar de teoria literária se mostra um tanto prolixa aos escritores amadores. Não vejo isso como uma falha. É até uma forma dos amadores sentirem-se motivados e curiosos a ponto de evoluírem seus estudos de técnicas literárias.

"Os segredos da ficção" não é um livro para ser lido uma única vez. Não há como decorar seus ensinamentos. Eles têm que ser absorvidos naturalmente. Diante disso, acredito que seja possível obter o máximo potencial de seu conteúdo através de duas, três ou até mais leituras, intercaladas com exercícios de escrita e consumo de outros livros.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

[Livro] Uma Breve História do Século XX, de Geoffrey Blainey

Talvez nunca tenha havido um outro momento em que os livros de História vendessem tanto quanto agora. Isso é fruto, sem dúvida alguma, da abordagem diferente que alguns autores passaram a dar ao assunto. Nada daquela decoreba chata de datas e nomes. Tornou-se possível ler sobre História como se estivéssemos lendo um romance.

"Uma Breve História do Século XX" segue esta linha. Os principais acontecimentos e personagens do século passado são abordados de maneira leve e interessante, dando um panorama muito rico sobre como os fatos aconteceram e de que forma eles ainda influenciam o mundo atual.

Apesar dessa leveza toda, creio que seja um livro para quem gosta de História. O fato de tratar os assuntos de forma resumida, exige do leitor um certo conhecimento prévio dos acontecimentos históricos, sob pena de parecerem fatos isolados e sem a devida importância.

A leitura é fácil e bastante rápida. Tenho convicção de que se as escolas passassem a adotar material didático nessa linha, teríamos muito mais crianças interessadas pela História, o que os tornariam adultos mais conscientes e engajados.

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