Gostaria de solicitar aos leitores desse blog e àqueles que acabam chegando aqui por acaso, um momento de "licença poética".
Desta vez não vou falar sobre liderança, sobre livros, sobre contos. Vou falar sobre uma das minhas maiores paixões, o Flamengo. É até repetitivo eu dizer aqui que somente quem torce pra este time sabe o que é ser rubro-negro. Mesmo porque eu nunca fui e nunca serei outra coisa, fato que me impedirá de saber a diferença. Não é um simples time de futebol, é uma "religião".
O fato que me motivou a escrever sobre o grande poderoso Mengão é que no próximo dia 27 de maio serão completados 10 anos do segundo jogo da final do Campeonato Carioca de 2001. Este jogo, que acabou coroando o time rubro-negro como Tricampeão Carioca (1999-2000-2001), tem um lance antológico.
Eu, morador de Ribeirão Preto/SP, vivia naquele domingo de 2001 uma outra situação interesssante. O Botafogo local jogava a segunda partida da final do Campeonato Paulista com o Corinthians. Havia perdido o primeiro jogo, em casa por 4x0, e era praticamente impossível reverter a situação jogando no Pacaembu. Mas a parte botafoguense da cidade estava orgulhosíssima, como não poderia deixar de ser.
No Rio de Janeiro, o Flamengo havia perdido o primeiro jogo da decisão por 2x1 para o Vasco. Não bastaria vencer o segundo jogo pelo mesmo placar porque o time cruzmaltino tinha a vantagem. Era necessário vencer por dois ou mais gols de diferença. Eu havia almoçado na casa de minha sogra, em uma cidade próxima à Ribeirão. Voltando para casa, na estrada, consegui sintonizar uma estação de rádio que transmitia direto do Rio. O Flamengo vencia por 2x1, placar insuficiente para suas pretensões.
Cheguei em casa, liguei rapidamente a TV, que mostrava a festa do título do Corinthians em São Paulo. Já estavam com a taça na mão. Meu raciocínio óbvio é que o jogo do Rio também já havia terminado, afinal deveriam ter começado no mesmo horário. Foi quando, olhando pra TV vi aquela bolinha das transmissões da Globo, indicando que saiu gol em outro jogo. O narrador de Corinthians x Botafogo-SP dá uma pausa, e diz algo semelhante a isso: "No RJ, Petkovic faz o terceiro do Flamengo".
Muitos se perguntam porque o rubro-negro dá tanta importância a este gol. Não era final de Campeonato Brasileiro, Libertadores ou Mundial. Em relação ao título em si, apenas mais um Campeonato Carioca, título que o Flamengo tem cansado de ganhar. A questão é que realmente há algo diferente com aquele gol.
O time havia perdido o primeiro jogo. O jogo era contra o Vasco. O técnico do Flamengo era ninguém menos que Mário Jorge Lobo Zagallo. Pet era (ainda é e sempre será) ídolo. Camisa 10 nas costas, nem preciso dizer quem já usou. Local falta relativamente longe do gol. Cobrança perfeita. Curva impressionante. (Bom) Goleiro do Vasco pula muito bem. Não consegue alcançá-la (nenhum goleiro do mundo conseguiria). Gol aos 43 minutos do segundo tempo.
Talvez seja difícil explicar e ainda mais complicado fazer os (poucos) não rubro-negros sentirem esse momento da forma adequada. Não custa tentar. Postarei abaixo alguns vídeos sobre esse lance. Quem não for flamenguista pode assistir, mas somente se não tiver receio de virar a casaca depois.
Narração de Luis Penido, da Rádio Tupi (as imagens não são boas, mas a emoção é fantástica)
Transmissão da Globo
Reportagem da Globo sobre o jogo
Documentário do GLOBOESPORTE.COM sobre este momento épico
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2011/05/documentario-exclusivo-lembra-os-dez-anos-do-gol-historico-de-petkovic.html
2 comentários:
Lembro com se fosse ontem e arrepio como se estivesse acontecendo agora. Comentei com meu pai ontem, que ainda tenho poucas histórias pra contar do Futebol, mas pelo menos essa já tá guardada.
abs
ola como flamengista, memorável esse momento mágico, agradeço a lembrança
um fraterno abraço amigo
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