sexta-feira, abril 08, 2011

Como motivar um funcionário

Um dos assuntos que mais geram discussão, livros e artigos é a tentativa de responder a velha pergunta: como motivar os funcionários de uma empresa? Se existe tanta gente pensando sobre isso há anos é porque a resposta não é trivial.

Naturalmente, em se tratando de seres humanos, a forma de motivar um funcionário pode diferir totalmente daquela utilizada para fazer o mesmo com outro. O que é importante para um pode não ser para outro. Cada indivíduo tem sua vida particular, o modo como foi criado, sua formação acadêmica, suas características psíquicas, seus anseios e seus objetivos. Esse é o motivo pelo qual, vez por outra, ouvimos gestores dizendo que "mexer com gente não é facil".

Esse tema ressurgiu em meus pensamentos após ter lido um resumo do livro "The motivation to work", de Frederick Herzberg e outros. As ideias apresentadas pelos autores são fortemente fundamentadas na conhecidíssima hierarquia das necessidades de Maslow, mais conhecida como "pirâmide de Maslow" (quem fez MBA certamente já ouviu falar). Entretanto, pelo que pude perceber pelo resumo, não se trata de uma mera cópia. O que mais me agradou na obra de Herzberg, inclusive, foi a forma mais simples e objetiva que tratou o tema.

O pensamento principal do autor é o de que a motivação vem do interior da pessoa e não de uma política imposta pela empresa. Divide os fatores que influenciam a motivação em dois: higiêncios e motivacionais. Os primeiros abrangem necessidades básicas tais como condições de trabalho, benefícios e segurança. Os motivacionais englobam os fatores humanos: necessidade de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento. O raciocínio mais interessante é o de que os fatores higiênicos, se atendidos, criam um ambiente propício para o funcionário buscar a motivação. Entretanto, a satisfação destes não necessariamente cria a verdade motivação. Ela só virá se houverem também os fatores motivacionais.

Herzberg fez uma distinção importante entre os fatores que causam infelicidade e aqueles que, efetivamente, contribuem para a satisfação no trabalho: "a inversão dos fatores que tornam as pessoas felizes não as torna infelizes". Em outras palavras, para tornar um funcionário satisfeito não basta eliminar a infelicidade dele. A ausência de infelicidade não necessariamente resulta em felicidade. Para termos uma motivação efetiva, a empresa tem que oferecer mais do que o básico fatores
higiênicos).

Tal discussão é bem pertinente nos tempos atuais em que, ainda, um grande número de empresas acredita que o funcionário deve sentir-se feliz simplesmente porque tem um bom salário pago em dia. Algumas nem isso fazem: nem um bom salário oferecem. E depois ainda reclamam do turnover alto e do baixo rendimento.

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