Há algum tempo desejava conhecer a obra de Cristovão Tezza, autor bastante elogiado. E nada melhor do que começar com seu livro mais conhecido, "O filho eterno", ganhador de vários prêmios.
Inicialmente tudo leva a crer que todo o enredo gira em torno do filho do protagonista, que nasce com Síndrome de Down. Apesar de realmente boa parte do texto descrever o impacto para os pais da notícia de um filho "anormal", das dificuldades de aprendizagem e de socialização da criança, tal assunto é pano de fundo para que o pai externalize suas angústicas, seus medos, suas fragilidades e, por que não, suas qualidades.
A narrativa parte, em diversos momentos, de alguma situação cotidiana para rapidamente voltar-se a uma análise interior do protagonista. É como se fossem duas estórias sendo contadas ao mesmo tempo: uma do filho e outra do pai.
Em alguns raros momentos o texto torna-se um pouco cansativo e fora de foco, mas nada que prejudique a experiência positiva da leitura. Independente de qualquer coisa, o livro valeria apenas pelo seu final, onde o autor, de forma magistral, descreve como o futebol acabou sendo uma das melhoras ferramentas para a evolução de seu filho com Down.
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